Com o objetivo de expandir, cada vez mais empresas estão adotando as fusões e aquisições (M&A) como estratégia de crescimento. De acordo com dados da KPMG, foram realizadas 426 transações de M&A apenas no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de quase 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse movimento tem incluído diversas redes de franquias, como a Zamp, franqueadora do Burger King e Popeyes, que recentemente se tornou representante da marca Subway no Brasil. Outra fusão de destaque foi entre Arezzo e Soma, formando a Azzas 2154.
O tema foi amplamente debatido na segunda edição do Praxis Summit, evento promovido pela consultoria Praxis Business, que aconteceu em São Paulo em novembro. O encontro abordou o papel das M&As no setor de franquias, com discussões sobre o impacto dessas transações para franqueadores e fundos de investimento.
Adir Ribeiro, CEO da Praxis Business, ressaltou a evolução no mercado de franquias e destacou o aumento de empresas do setor com capital aberto na bolsa de valores brasileira. Para ele, esse crescimento reflete uma geração de valor significativa dentro do segmento. Renata Vichi, CEO do Grupo CRM, relatou como a recente aquisição da empresa pela Nestlé preservou a cultura da marca e proporcionou novos recursos, sem comprometer sua essência.
A manutenção da identidade da empresa após uma aquisição é essencial, conforme destacou Carlos Sadaki, conselheiro do Grupo Trigo e fundador do Gendai, ao lado de Décio Pecin, CEO do CNA. Ambos reforçaram a importância de manter o DNA das marcas e o relacionamento com franqueados para garantir uma integração bem-sucedida.
Fundos de Investimento Buscam Modelos de Negócio Validados e Franqueáveis
Em um painel voltado para a visão dos investidores, executivos de fundos como L Catterton e SMZTO discutiram o que consideram essencial ao adquirir uma marca. Peter Lohken, da L Catterton, enfatizou a importância de um modelo de negócio comprovado, com diferencial de mercado e perspectiva de crescimento. Já Pedro Alves, da SMZTO, ressaltou a busca por marcas com potencial de liderança em suas categorias e um modelo de franquia que facilite a expansão.
Rogério Gabriel, do Grupo MoveEdu, compartilhou sua preferência por crescimento inorgânico, adquirindo empresas que complementam seu portfólio educacional e atendem a uma faixa etária ampla, desde a infância até a pós-graduação. Por sua vez, Ricardo José Alves, da Halipar, destacou que o alinhamento de valores entre os fundadores e o grupo é um fator decisivo para o sucesso das aquisições, facilitando a captura de sinergias e garantindo uma expansão sustentável.
Fonte: Revista PEGN